quarta-feira, 18 de maio de 2011

Luiza

Certa vez uma numeróloga lhe fizera um mapa para que ela se conhecesse melhor. De todos aqueles números, ela apenas consegue lembrar - se de um 7.
Era um 7 da infidelidade, da incapacidade de ser de um homem só por muito tempo.
Luiza sempre se enjoa. Ela se cansa.
Naquele dia em que a numeróloga leu aquele 7, Luiza soltou uma gostosa gargalhada. Como se fosse fácil ser fiel ou não enjoar de homens babacas, infantis pós graduados em fazê-la sofrer.

Aos 9 anos ela se machucou pela primeira vez.
Luiza se apaixonou por um amiguinho do clube. O Luiz Fernando tinha o sorriso mais lindo do mundo. Foi com ele que ela aprendeu a diferença entre o sorriso e o riso. Doeu!
Com o Fábio, irmão mais velho do Nando, ela aprendeu o que era a covardia.
Fábio devia ter pena da Luiza. Sempre brincava com ela, era gentil, e se desculpava pelas brincadeiras babacas do irmão. Além disso, tinha o par de olhos azuis mais lindo que já se viu. Mais incríveis até que os do velho Frank.
Cerca de 15 anos mais tarde, numa carona absolutamente esporádica, Luiza soube que Fábio não sentia pena. Ele era apenas covarde.
Luiza certamente teria lhe dado uma chance se soubesse.
Fábio era incrível, 4 anos mais velho do que ela, estava "out of her league".
Com certeza Luiza teria tido uma trajetória mais admirável se ele tivesse sido seu primeiro namorado.
Na 5º série foi a vez do Cassius. Sua segunda paixonite aguda.
Ele era "a lata" do Luiz Fernando, é bem verdade.
Estava na cara que ela ainda não havia superado todo o ridículo que o babaca a fez passar. Por sinal, até hoje Luiza tem medo que ele faça alguma piada quando, eventualmente se esbarram em algum evento. Ela baixa a cabeça e reza para que ele não se lembre dela.
Lá na 5º série, Luiza ainda acreditava nas pessoas, nas histórias de amor que via nos filmes impróprios para a sua idade.
Ela tinha mania de escrever; Rabiscava palavras em qualquer pedaço de papel. Foi assim que teve a ideia de escrever para Cassius uma carta de amor. Anônima, é claro!
Ela só queria saber se tinha alguma chance....
Naquela tarde, ela juntou todas as palavras mais difíceis que conhecia às que ouvia na TV quando falavam de amor, e escreveu a carta.
Chegou cedo na escola no dia seguinte, e colocou a carta na mesa do garoto.
A vista daquela menina diferente da maioria escureceu e, ela sentiu o rosto arder de tão quente quando ele pegou o papel.
Infelizmente, ele não entenderia metade daquelas palavras, mas, ela sabia que o tinha impressionado.
O plano estava dando certo!
(Continua...ou não!)

Nenhum comentário:

Postar um comentário